segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Atravessando fronteiras

Eu sou Rosângela Nascimento, vítima da talidomida, presidente da ABVT (Associação Brasileira das Vítimas da Talidomida). Há mais de vinte anos venho trabalhando em prol dessa causa e escrevi o livro Atravessando fronteiras: Talidomida, a impunidade continua, afim de conscientizar as pessoas sobre esses problemas da saúde pública brasileira e mundial.
Sou também idealizadora do projeto Núcleo Social Prothea, que pretende reabilitar através da arte pessoas portadores de deficiências físicas, meninos de rua e doentes viciados em drogas e álcool. Prothea é ecológicamente correto, é apolítico e não religioso, é a visão do futuro. 

Obs: Talidomida é um anseolítico lançado simultaneamente em 54 países; foi muito receitado após 1955 para enjôo, justamente nos 3 primeiros meses de gravidez quando o feto está se formando, ela então impede o crescimento dos vasos sanguíneos, assim sendo, não se formam os membros. Dependendo da fase e da quantidade de medicamento que se ingere, o bebê pode nascer com vários tipos de deformações, como braços curtos (focomelia), ausencia parcial ou total das pernas, surdez, cegueira, defeitos nos órgãos internos, etc.
Atualmente, ela tem 27 aplicações em doenças como hanseníase (lepra)), AIDS, câncer, doenças de pele e reumatológicas, em caráter experimental, pois ainda não comprovou-se a cura de nenhuma doença com esta droga.
No final da década de 50, inúmeros bebês mutilados começaram a nascer ao reor do mundo, médicos de vários países associaram esses casos ao uso da Talidomida. Foram impetrados na justiça milhares de processos, na Alemanha, país de origem desse medicamento, foram mais 2000 vítimas, e mais de 1.000.000 de casos de sobreviventes, sem contar os natimortos e abortos em todo mundo.
Depois de tanta pressão, a OMS (Organização Mundial da Saúde) proibiu a fabricação desse remédio.